quarta-feira, 9 de maio de 2012

Contrariados, deputados aprovam realinhamento anual linear de 8% aos servidores do Estado


Empenhado em defender a política de valorização do servidor público, o tucano Michel JK, apontou a metralhadora em direção ao governador Camilo Capiberibe (PSB) e afirmou que a reposição salarial proposta pelo socialista não cobre nem as perdas acumuladas nos dois últimos anos. Segundo o deputado, somado os dois percentuais de 11% concedidos pelo Estado nesse período – 3% em 2011 e 8% em 2012 – o trabalhador ainda acumula perda de 1,54%.
“Quando o governador diz que está dando aumento, ele está mentindo. O Estado não está nem cobrindo as perdas salariais, o acumulado com a inflação chega a 12,54% - 5,79% em 2011 e 6,75% em 2012, contra um aumento, nesse mesmo período, de 11%, uma perda de 1,54%, vou votar a favor para não prejudicar os demais servidores, mas é um voto bem contrariado”, disparou Michel JK.

O projeto que garantiu o reajuste linear de 8% aos servidores foi aprovado por unanimidade pelo parlamento estadual, na sessão ordinária, realizada na manhã de terça-feira (8). A decisão foi acompanhada de perto por trabalhadores, que ocuparam as galerias da Casa. Alguns ensaiaram um protesto (vaias), mas foram contidos após a declaração de apoio do presidente do Legislativo, deputado Moisés Souza (PSB).

“Queremos tranquilizar as categorias que ainda negociam com o governo, o Executivo ainda vai encaminhar para o Legislativo as demais propostas informando os percentuais a serem dados as demais categorias”, informou. “A última palavra é a nossa, estamos intermediando para que todos possam ser beneficiados; a greve não é boa para ninguém, não queremos ver o Estado parado por conta disso”, emendou.
Os professores que acompanhavam a sessão adiantaram que o movimento continua. “Independente da aprovação dos 8% concedido pelo Estado, a paralisação continua até o governador resolver negociar com os professores”, afirmou o comando de greve.
A insatisfação dos profissionais em Educação é com a mídia negativa feito pelo PSB contra os educadores. A democrata Roseli Matos saiu em defesa da categoria. “Sabemos que o governo pagou a mídia para jogar a sociedade contra os professores”, afirmou a deputada.
O pedetista Keka Cantuária tentou amenizar o clima de tristeza dos trabalhadores. “As discussões agora recomeçam a partir de desse teto 8%, com certeza é o trampolim que servirá de base para as futuras negociações para todas as categorias que ainda tentam sentar com o Executivo em busca do melhor percentual”, entende.
Segundo Keka, até o momento o governo mandou ao Legislativo apenas a proposta dos militares, que além dos 8% já garantidos pelo Estado, irão receber mais 7%, totalizando 15%. O percentual foi definido em “comum acordo” entre militares e governo.
“Vamos aguardar que o governador encaminhe a esta Casa as demais propostas para ouvirmos as categorias para saber se eles concordam ou não com o que está sendo proposto, para só depois colocarmos em votação”, assegurou Charles Marques (PSDC).
A deputada Marilia Góes (PDT) cobrou a inclusão das serventes e merendeiras no aumento. “Até o momento essas duas categorias ainda não foram chamadas para negociar com o governo, em 2011 foi preciso o parlamento intervir para esses profissionais terem direito ao benefício, agora a situação se repete, ficaram novamente de fora das negociações”, pressionou. “Queremos também que todos os trabalhadores do caixa escolar tenham direito a aumento salarial”, complementou.
A GAZETA 

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