sábado, 18 de maio de 2013

Informações sobre o Porto de Santana

Apontada como alternativa para o transporte de minério de ferro, a Companhia Docas de Santana (CDSA) deve enfrentar dificuldades para recuperar a perda de receita em função do desabamento do porto particular da Anglo Ferrous ocorrido há quase dois meses. Mesmo com a movimentação de outras mineradoras no porto organizado da Companhia - prevista para iniciar em junho - o carregamento de minério será quase artesanal com a falta de infraestrutura para esse tipo de atividade.
Nos últimos anos, o Porto de Santana ficou parado no tempo. Pequeno e sem equipamentos, o volume de cargas a ser movimentado é limitado e mais ainda para o transporte de minério. Não há esteira, máquinas, e as ruas de acesso ao páteo são precárias. Ao prever a abertura de investimentos da iniciativa privada nos portos brasileiros, a aprovação da MP dos Portos gerou expectativas na CDSA.
Essa, aliás, é uma das apostas do presidente da Companhia Docas de Santana, Edival Tork, para adequar o porto organizado às novas demandas por embarque e desembarque de carga, a fim de melhorar a infraestrutura portuária santanense a partir da geração de receitas com o aumento da movimentação de carga no local, bem como o incentivo à construção de portos particulares. “A gente vê com bons olhos [a aprovação da MP], principalmente no nosso caso, com o desabamento de um porto privado que operava na nossa poligonal”, reafirma Tork.
Os opositores da MP dos Portos criticam a proposta dizendo que o argumento de modernização do serviço portuário é, na verdade, a privatização do setor para atender a interesses de empresas que querem se favorecer do serviço público.
Prejuízos
De acordo com o presidente da CDSA, 50% do faturamento da Companhia vinha do funcionamento do porto da Anglo. Mas esse impacto só deve ser sentido a partir dos próximos meses por conta dos prazos de pagamento. Para 2013, a estimativa de faturamento era de R$ 15 milhões.
Para alcançar essa meta, a CDSA aposta na exportação de minério das empresas Anglo Ferrous e Unamgen Mineração e Metalurgia S/A que passarão a utilizar a estrutura do porto. “Também contabilizamos nestes primeiros meses do ano, o aumento da movimentação de contêineres de caulim e madeira. Além disso, outras empresas já se mostram interessadas em movimentar outras cargas por aqui”, diz Edival Tork.
Impasses
As dificuldades em otimizar o transporte de minério pelo porto organizado da Docas de Santana passam pela falta de equipamentos e espaço físico. A CDSA já cedeu um espaço para a Unamgen estocar minério – o que já começou a ser feito no último dia 5. Inicialmente a previsão de fazer o primeiro embarque de carga era para 28 de maio, mas a data foi adiada para 3 de junho.
Enquanto, a Unamgen Mineração e Metalurgia levava dois dias para carregar um navio de 45 mil toneladas no porto particular da Anglo Ferrous, na Docas de Santana a demora será de quatro a cinco dias, estima o presidente da Companhia. Tudo porque o porto não tem equipamento adequado que permite reduzir o tempo do carregamento do minério do local onde fica estocado para o navio.
“Não temos como transportar a mesma quantidade de minério no mesmo tempo que era feito no porto da Anglo. Precisamos melhorar nossas condições de embarque de minério. Não tem carreta. E mesmo que tenha, se colocar uma atrás da outra, não dá. As vias também estão deterioradas. É necessário investimento”, lamenta Edival Tork.
A Unamgen Mineração deve continuar transportando de um a dois navios de minério por mês pelo porto da CDSA. Já a Anglo Ferrous, que chegava a transportar de 10 a 12 navios de 45 mil toneladas em 30 dias, poderá transportar no máximo quatro mensalmente, em função dessa dificuldade de infraestrutura. Até porque, a empresa Zamapá Mineração S/A já tem um contrato com a Companhia Docas de Santana para utilização do porto para transporte de minério.
As obras de recuperação das vias de acesso à CDSA, aliás, que foi uma necessidade apontada antes mesmo, de a Anglo e Unamgen manifestarem interesse em utilizar o porto tem sido pauta de várias reuniões entre as empresas, representantes do Governo do Estado, Prefeitura de Santana e CDSA. O custo já foi definido e - após muitas resistências - rateado entre a Anglo, Unamgen, Zamapá e Amapá Florestal e Celulose S.A (Amcel), que serão as responsáveis pelos serviços, previstos para iniciar na semana que vem.
A GAZETA

Nenhum comentário: