quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Mais escândalo!

Amarildo Jucá gravou no celular conversa em que o diretor financeiro do Imap, Mário Barbosa, pediu R$ 2 mil para liberar pagamento do serviço de manutenção dos carros do instituto.
O diálogo gravado no celular do mecânico Amarildo Jucá Leite dura apenas 31 segundos. Mas é o suficiente para confirmar que o diretor administrativo financeiro do Imap (Instituto de Meio Ambiente e de Ordenamento Territorial do Amapá), Mário José Barbosa Pereira, cobrou propina de R$ 2 mil. Na conversa, gravada em agosto passado, Mário Barbosa pediu o dinheiro, "por fora", para liberar o pagamento dos serviços de manutenção em sete carros do Imap, que foram executados pela oficina de Amarildo Jucá, localizada no bairro Jardim I.
No áudio, Mário Barbosa diz a Jucá que renovou seu contrato no Imap e impõe condições para liberação do pagamento. "Tem que me dar dois mil". O mecânico questiona o pagamento de propina; Mário justifica: "Eu consegui renovar o teu contrato, então, tem que me dar dois mil, eu vou pagar mil pro partido e vou dar mil pra arrumar o meu carro".
Enfurecido, Amarildo Jucá rejeita a proposta: "Não vou dar p.... nenhuma, Mário, ta me devendo, já". O diretor do Imap insiste: "É que o contrato já está assinado contigo". E Jucá encerra a conversa: "Eu não vou dar p.... nenhuma, não".
Jucá decidiu revelar o conteúdo da gravação depois que Mário Barbosa registrou boletim de ocorrência acusando o mecânico de calúnia, além de instruir seus advogados a processá-lo por danos morais. "Gravei a conversa para me precaver. Estou preparado para fazer acareação com o Mário e prestar depoimento em juízo", garantiu.

Diretor vai processar mecânico

Sem saber que sua conversa com Jucá havia sido gravada, Mário Barbosa disse ontem que iria processar Amarildo Jucá por danos morais. Para instruir a ação, o diretor do Imap registrou boletim de ocorrência no Ciods em 25 de janeiro, data em que a denúncia do mecânico foi publicada em a Gazeta. Ao delegado Marko Scaliso Borges, o diretor do Imap declarou ser vítima de calúnia.
“Se quisesse cobrar propina teria feito quando o Imap pagou quase R$ 50 mil ao Jucá, no ano passado”, enfatizou. Mário confirmou, no entanto, que esteve na casa de Amarildo Jucá no aniversário da nora do mecânico, em agosto passado.
“Por cordialidade, fui com a minha família no aniversário da nora dele, mas em nenhum momento estive a sós com o Jucá para fazer qualquer proposta”, frisou. Barbosa disse que a dívida com Jucá é de R$ 12 mil, enquanto as faturas da oficina somam R$ 17 mil.

Entenda o escândalo do Imap

Em 2011, sem assinar contrato, a oficina de Amarildo Jucá fez a manutenção de sete veículos do Imap. Os serviços foram orçados em R$ 17 mil, mas como não recebia, ele paralisou os consertos em junho passado. Por garantia, reteve a frota de automóveis. Em agosto, o diretor financeiro do Imap, Mário José Barbosa Pereira, propôs um contrato de 8 mil mediante o pagamento da propina mensal de R$ 2 mil. O mecânico recusou a oferta. Os carros permanecem retidos no galpão da oficina.
Jucá tem sete ordens de serviços autorizadas pelo Imap. Mesmo sem contrato, os serviços eram autorizados por Eduardo Bentes, coordenador do Imap que foi exonerado no ano passado. Para fazer a manutenção dos carros do instituto, a partir de fevereiro Jucá contraiu empréstimos bancários, R$ 5 mil no HSBC, divididos em 20 parcelas de R$ 887, e R$ 10 mil sacados do seu limite no Itaú.
Cansado de esperar, Jucá paralisou os serviços e reteve os carros em seu galpão. São quatro pick-ups: Mitsubishi L-200, prata, placa NEM-0577; Mitsubishi L-200, branca, NEM-0387; Ford Ranger, cinza, NEZ-6850; e a Nissan Frontier, cinza, NER-7529; Fiat Uno, branco, NER-7174; Fiat Uno, cinza, NER-7134; e uma Kombi, branca, NEQ-0357.

Imap quer reaver carros na Justiça

O diretor-presidente do Imap, Maurício Oliveira de Souza, disse ontem que foi aberta sindicância administrativa para apurar a denúncia de cobrança de propina. Ele garantiu que o pagamento à oficina de Amarildo Jucá será feito após a abertura do orçamento de 2012. “As faturas da oficina do Jucá estão incluídas nos restos a pagar, mas não pode haver licitação para um serviço que já foi executado. Aguardamos um parecer da Procuradoria Geral do Estado para proceder ao pagamento”, afirmou.
Maurício de Souza disse que orientou sua assessoria jurídica para tentar reaver os carros retidos na oficina de Amarildo Jucá via judicial. “Os carros são patrimônio do Estado, e vamos tentar sua devolução através da Justiça”. O presidente do Imap lembrou que no ano passado Eduardo Bentes, um dos coordenadores do instituto, foi exonerado por mandar os carros as oficinas sem nenhum controle.

Fonte: A Gazeta






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